ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: AO040

Oral (Tema Livre)


AO040

Monitoramento do desenvolvimento da audição e linguagem em lactentes de risco para perda auditiva

Autores:
FUINI, V.C.1, LIMA, M.C.M.P.1
1 UNICAMP - Universidade estadual de campinas

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal foi criada com intuito de triar a audição de todos os bebês e nos casos de neonatos com indicadores de risco para deficiência auditiva, mesmo para aqueles que tiveram resultados normais na triagem auditiva, recomenda-se o monitoramento do desenvolvimento da audição e da linguagem. Objetivo: Analisar as respostas auditivas e de linguagem de lactentes nascidos a termo, que passaram na triagem auditiva neonatal e possuíam indicadores de risco para perda auditiva progressiva, tardia ou para alteração central. Método: Participaram deste estudo 30 lactentes de ambos os sexos, nascidos em um hospital público, em boas condições de saúde, com um ou mais dos seguintes indicadores de risco para deficiência auditiva: infecção congênita, APGAR < 4 no primeiro minuto e < 6 no 5º minuto, uso de bebida alcoólica ou drogas durante a gestação, malformação congênita, síndromes, hiperbilirrubinemia, uso de medicamento ototóxico, histórico familiar de perda auditiva e consanguinidade. Os responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os lactentes foram avaliados com idades entre 8 e 10 meses. Foi realizada audiometria de reforço visual, avaliação auditiva comportamental, respostas ao nome, pesquisa do reflexo cócleo-palpebral (RCP), timpanometria, Escala de Aquisições Iniciais da Linguagem e de funções alimentares. As variáveis levadas em consideração no estudo foram: sexo, idade gestacional, relação peso ao nascimento/idade gestacional e indicadores de risco. Para a análise dos dados foi utilizado o banco do programa SPSS versão 16.0. Resultados: Dos 30 lactentes avaliados, os indicadores encontrados foram: histórico familiar (27,5%); infecções congênitas (27,5%); uso de medicamento ototóxico (15%); consanguinidade (9%); hiperbilirrubinemia (9%); APGAR menor que 4 no primeiro minuto e menor que 6 no 5º minuto (9%) e uso de álcool ou drogas na gestação (3%). Na audiometria com reforço visual, 93% apresentaram respostas em 20dB nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000Hz bilateralmente. Todos os lactentes responderam aos estímulos apresentados, localizando-os de forma direta ou indireta, sendo que 33% realizaram Localização Direta (LD) para todos os instrumentos bilateralmente e 20% realizaram Localização Indireta (LI) para todos os instrumentos bilateralmente. Todos os bebês apresentaram resposta à voz. Na pesquisa do RCP, observou-se presença do reflexo em 93%. Na timpanometria, 63% apresentaram curva tipo A e 10% curva tipo B bilateralmente; 17% apresentaram alteração na curva timpanométrica unilateralmente e 10% dos lactentes não permitiram a realização do exame, devido a agitação ou choro. Na Escala ELM, 83% apresentaram respostas adequadas de acordo com a faixa etária, sendo que os 17% apresentaram ausência de balbucio de polissílabos, caracterizando respostas inadequadas na função expressiva. Quanto ao Sistema Sensório Motor Oral, 20% eram amamentados de forma natural, 47% eram amamentados de forma natural complementado com mamadeira e 33% faziam uso exclusivo da mamadeira. A grande maioria (77%) não apresentava dificuldades nas funções alimentares, 3% tinham refluxo e 90% alimentavam-se de todas as consistências (líquido, pastoso e sólido). Conclusão: Dos lactentes que não estavam balbuciando, 60% apresentavam alguma alteração de orelha média, indicando a importância de se avaliar as crianças nesse primeiro ano de vida.

Palavras-chave:
 desenvolvimento infantil, audição, linguagem, lactentes